A psicoterapia psicanalítica de família é uma intervenção direcionada para as situações em que a criança ou o adolescente comunica através do seu sintoma, algo que não pode ser elaborado pela família e assume o papel de criança porta-sintoma familiar. O funcionamento inconsciente familiar movimenta-se no sentido de expressar experiências traumáticas, privações, doença, morte e lutos, conflitos, sentimentos de amor e ódio, que atravessam várias gerações, o que promove o adoecimento ou a disfunção familiar, como se através dos seus sintomas a criança, expresse o sofrimento contido em todos.
O tipo de comunicação e dinâmica relacional, o grau de individuação relacional (fusão, isolamento, ambivalência), conflitos de lealdade (ou de encargos), o legado, o mérito, os direitos e deveres, os vínculos inter, intra e transubjetivos, entre outros aspetos são elementos de análise. A comunicação não se traduz unicamente pela verbalização, esta ocorre através de um sistema inconsciente de operações e dinâmicas familiares que ultrapassa o que é consciente e consciencializado no grupo familiar. O aparelho psíquico familiar permite a contenção de angústias, que quando elaboradas, permite a comunicação entre consciente e inconsciente, a individuação e a transformação de elementos que até aí seriam nocivos. Inicialmente é efetuado um psicodiagnóstico familiar e depois são definidos objetivos no âmbito da intervenção.
As sessões têm uma duração de cerca de uma hora e trinta minutos e a sua frequência é inicialmente semanal. É destinada para situações em que o sofrimento do indivíduo é uma consequência da disfunção familiar e surge como o sintoma da disfunção, ou quando surgem dificuldades relacionais, e comunicacionais que impedem a homeostasia e equilíbrio familiar.